Mais um dia...
- Desafios da Escrita
- 24 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
Era mais um dia normal na vida de Sofia. Como sempre, levantou-se cedo, comeu, foi para a escola e voltou para casa no final do dia. A menina pouco saía de casa, pois o seu pai era vice-presidente do Estados Unidos da América e os serviços secretos passavam vinte e quatro horas a proteger a família. Quando saía com amigos, vinte agentes tinham que ir com ela, o mesmo acontecia na escola, e em todos os sítios que ía, lá estavam equipas de segurança para a proteger. A vida tornou-se chata e parada. A menina mal podia esperar para o fim do segundo mandato do pai chegar.
Quando chegou o dia do discurso do Presidente ao Parlamento, o seu pai estava numa viagem pela Ásia por isso não ia assisti-lo ao vivo.
O Presidente Albert começou a falar pelas nove da noite. No seu discurso, falava da saúde, economia, direitos humanos e da segurança externa do país. Meia hora havia passado, quando foram ouvidos tiros na Câmara dos Representantes, provocados por um homem vindo da bancada dos deputados, que disparava contra o Presidente, acertando-o no peito. A televisão desligou-se, e um grupo de agentes entrou disparado na sala, levando Sofia, a mãe e os irmãos para um abrigo secreto.
O vice-presidente chegou a Washington um dia depois e quando pisou o solo americano esperavam por si, junto da sua família, membros do Governo que se prepararam para dar a notícia que mudaria a vida daquela família para sempre. O Secretário de Estado, Bill Carter, confirmou ao pai de Sofia a morte do Presidente, e ali foi realizada a cerimónia de tomada de posse. Fernando tornava-se o primeiro filho de portugueses a assumir o cargo mais poderoso do mundo, no entanto não era o melhor momento para governar. O país estava em choque, com medo, e, mais uma vez, o orgulho americano tinha sido abalado, pois o povo americano tinha testemunhado a morte do homem que, um ano e meio antes, tinha sido reeleito com todos os votos do Colégio Eleitoral.
Pelas oito da manhã, entraram na Casa Branca e começou uma vida completamente nova para Sofia. Fez viagens com a mãe a todo o mundo, viu a pobreza e a riqueza e participou em viagens de Estado com o pai. De todos os líderes mundiais que conheceu, foi o Papa que a fez encontrar a sua luta na Terra. Começou a ter aulas em casa e iniciou a construção da sua própria fundação que tinha como objetivos acabar com a pobreza, respeitar e defender os direitos humanos, ajudar pessoas com HIV e lutar pela igualdade entre as pessoas.
Desde aí, nunca mais a sua vida foi uma seca, nunca mais ficou aborrecida, os dias deixaram de ser iguais e passaram a ter um novo início, dando-lhe novas oportunidades para fazer algo novo.
Francisco Gomes
Commentaires