Mudar é a solução!
- Desafios da Escrita
- 24 de abr. de 2024
- 4 min de leitura
Mudar é a solução!
Todos nós, ao longo da nossa rotina, deparamo-nos com tantos problemas e, por vezes, sentimo-nos incapazes de os solucionar. Problemas que, como o aquecimento global ou até o constante aumento de plástico nos oceanos que, ano após ano, não tem parado de aumentar, põem em risco todo o tipo de espécies e até o futuro do Homem.
Posto isto, vou contar a história de um urso polar que, infelizmente, tem sofrido muito com o aquecimento global. Este chama-se Henrique. Nasceu há cerca de 70 anos, tendo já passado por tantas adversidades e dilemas ao longo da sua vida. É considerado o mais velhinho entre todos os seus fiéis companheiros.
Quando era novo, a sua casa, o Pólo Norte, era bem diferente. Nunca teve um sítio próprio onde ficar, considerava-se um verdadeiro aventureiro. Gostava, preferencialmente, de ir ao sabor do vento, correndo riscos, pois adorava, sobretudo, a sensação de adrenalina e de liberdade. Sempre fora muito descontraído sem muitas preocupações. Nunca se interessou muito em conseguir arranjar uma mulher para partilhar uma vida e juntos construir uma família. Apreciava muito a sua independência, pois, se já passava grande parte da sua vida em hibernação sem poder experienciar e viver mais e melhor, tinha medo que uma família lhe tirasse, ainda, mais tempo . Ao longo da sua vida, não foi de fazer muitos amigos, até porque estavam sempre todos preocupados em seguir um padrão e ser aquilo que todos devem ser do que auto conhecerem-se e apreciarem as coisas simples da vida. No entanto teve poucos, mas bons, sendo de destacar Alberto, seu grande companheiro. Este conheceu Henrique numa caçada para conseguir uma boa refeição. Podia ter sido egoísta e, quando alcançou o seu alimento, que ambos tinham em mira, tê-lo comido sozinho, mas viu o quão esfomeado Henrique estava e preferiu partilhar a sua refeição.
Alberto era diferente dos restantes ursos. Naquela situação, um urso normal nem teria deixado Henrique chegar perto, quanto mais partilhar. Foi graças a este acontecimento que nasceu a forte amizade entre eles. Desde início, este tivera uma maneira de pensar muito semelhante à do Henrique, era aventureiro, generoso, determinado, com uma perspetiva de vida, totalmente, diferente que fizeram estes dois ursos se unirem tanto e preservarem a sua amizade para sempre. A partilha, a sensibilidade, a ponderação e a sinceridade foram a base da amizade entre Henrique e Alberto, dois ursos que a vida, por mera coincidência, uniu.
Em novos, estes nunca passaram dificuldade alguma, mas com o passar dos anos a situação mudou, drasticamente. O gelo, o seu bem mais precioso, por vezes mais importante que o próprio alimento, começou a desaparecer. Em determinada altura, Henrique perguntara-se para onde iria todo aquele gelo que se fazia desaparecer do seu doce lar. Será que eles estariam a fazer algo de errado, para tamanhas quantidades de gelo desaparecerem de uma forma exorbitante? Era o gelo que lhe proporcionava o chão onde estes podiam caçar com muita facilidade. Desaparecendo, este fica só em pequenos fragmentos espalhados pelo mar onde a caça, sua única forma de sustento, se torna bem mais exaustiva, com uma menor eficácia e muito pouco rentável.
Os anos passaram, na altura de inverno a situação melhorava ligeiramente, mas no verão a situação tornava-se bem mais difícil, levando estes dois amigos ao extremo.
Precisavam de engordar só que o alimento parecia cada vez mais difícil de capturar e as reservas de gordura que seriam o sustento para o inverno eram quase inexistentes.
Em novo, Henrique era um urso formoso, elegante, forte, saudável, mas com a idade e o degelo constante a sua aparência mudou. Para além da idade já começar a pesar, a fome era algo bem pior pela qual ninguém deveria passar. Henrique gostava tanto de poder fazer algo para mudar isto. Já não se tratava só de si nem do seu grande amigo Alberto, mas todos os seus companheiros de espécie passavam por esta situação fazendo diminuir, em grande quantidade, o seu número.
O Henrique não pode fazer nada, mas cabe a nós, seres Humanos, inverter esta situação, rapidamente. Ainda nada está perdido, basta haver força de vontade e dedicação e, todos juntos, conseguiremos dar um resto de bem-estar ao Henrique, e assegurar a continuação dos seus companheiros. Este pobre e inocente urso polar não tem culpa do que lhe está a suceder, mas nós devemos de sentir o seu sofrimento, não é por “os outros” não estarem a fazer nada para evitar esta situação que também não vamos cruzar os braços. Se todos procederem, assim, este problema nunca terá fim e o inevitável vai acontecer. Temos de mudar e incentivar os outros a fazê-lo, também. Só, desta forma, vamos poder resolver este problema fruto do aquecimento global. Apostar num planeta verde e numa maior gestão é o mais importante. São as pequenas coisas que vão fazer a diferença para o nosso futuro e para o Henrique e todos aqueles que passam por uma igual destruição do seu habitat.
Francisco Barbosa
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