Para lá das nuvens

Para lá das nuvens

Certo dia, estava eu a caminhar pela floresta numa manhã de inverno, algo que já faço há imenso tempo, porque, assim, relaxo e fico tranquila para um novo dia.

Mas naquele dia as coisas foram diferentes. Quando estava a passar pelo meio dos arvoredos, vi uma luz muito forte e cintilante, impossível de olhar, e fiquei surpreendida porque nunca tinha observado tal coisa, algo estranho, mágico até olhei ao meu redor, mas não vi ninguém, a floresta estava deserta, algo que me incomodou um pouco, uma vez que não sei o que estava perante mim. Fiquei a observar aquela grande luz durante algum tempo, mas nada mudou. Quando já estava de partida, reparei que aquele facho de luz era uma escada, - “Onde será que vai ter?” – perguntei-me.

Perante esta descoberta, encontrei-me num tremendo estado de curiosidade e, não podendo evitar, comecei a subi-la. Era difícil, parecia que os degraus iam partir, pois estas eram muito longas e tinham um aspeto antigo, mas nunca desisti, fui sempre subindo. A certa altura, vi uma grande nuvem carregada de chuva a passar por cima de mim, fiquei assustada – “Será que isto é um sinal? Não devo subir mais?” – Pensei.  Mas a minha curiosidade era tanta que não consegui evitar e continuei a subir. Olhando para cima, já conseguia ver o fim do caminho, estava ansiosa para lá chegar. Entretanto, comecei a ouvir uns barulhos estranhos, pareciam pedras a cair duma colina… assustada, olhei para baixo e reparei que estavam a cair bolas de neve gigantes e a vir na minha direção. Não tive muito tempo para pensar, agarrei-me à borda das escadas e deixei que as bolas caíssem todas.

Já no topo da longa escada, senti um grande alívio, tinha conseguido! Havia uma grande porta à espera de ser aberta e eu, que já não aguentava tanta curiosidade, abri-a logo e aquilo que vi foi... simplesmente, magnífico, espantoso. Era como o paraíso, estava tudo tranquilo e belo, nunca tinha visto algo tão fascinante.

Quando estava a vaguear pelo “paraíso”, dei de caras com um homem que me deu as boas-vindas e disse:

         - Agora tens de decidir, queres ficar cá para sempre, ou preferes voltar lá para baixo?

Não estava nada à espera duma pergunta daquelas... Mas respondi sem hesitar:

         - Fico aqui.

Inês Figueiroa – 12