Cansada de voar contigo

Cansada de voar contigo

Para aqui e para ali

Tornamo-nos lobos solitários

Daquela alcateia ainda não encontrada

E tu depositaste fé em mãos desonestas,

Que acabam por fazer-te bater asas e cair,

E descobres que o mundo não é tão belo como se diz,

Refletes que és um Alarve querendo se libertar,

Mas acabas virando escravo.

E és tão novo para pensar se ficas ou vais,

Se te aguentas ou se cais,

E se cais estarei aqui como pilar,

Querendo te indicar,

Que, se o teu mundo naufragar,

Vem a nado para o meu.

Anastácia Simões, 1125