A casa assombrada I
- Desafios da Escrita
- 29 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Era o último dia de aulas e eu e os meus amigos tínhamos decidido ir a uma casa assombra no meio da floresta.
Combinámos encontrar-nos na floresta ao anoitecer. Eu estava ansiosa, porque em relação a essa casa, havia uma lenda que alegava que aconteciam várias coisas bizarras, e todos os que nela entravam à noite não saiam de lá, ou simplesmente desapareciam.
Quando estávamos a chegar, começámos a ouvir gritos que pareciam vir do meio da floresta onde a casa se encontrava, nesse mesmo instante, pensámos voltar para atrás, mas não, continuámos sempre em frente até à habitação.
Entrando, assim, na casa, começamos por explorá-la melhor, andando pelos corredores, observando que tinha muitos quartos, e que continuava uma casa firme, mesmo tendo muiiiiitos anos. Depois de uma pesquisa na casa, um amigo tirou da sua pasta um aparelho que fazia pressentir algum espírito. Pouco depois, o aparelho começou a apitar e começámos a ouvir os gritos, mas percebemos que aquele grito vinha de um dos quartos e era de uma das crianças que vivia naquela casa. Nesse momento, estávamos assustados e queríamos ir embora, mas era impossível tal coisa, pois as portas fecharam-se rapidamente e, à nossa volta, tudo começou a pegar fogo. Era tarde para voltar atrás, então, para sairmos daquele fogo, tirámos todos os casacos que tínhamos trazido e começámos a apagá-lo, conseguindo, deste modo, extingui-lo.
Porém, havia um problema, estávamos trancados!
Tentámos sair dali, de várias maneiras, mas nada funcionava. Foi então que os gritos pararam e começámos a ouvir passos atrás de nós, mas ninguém se mexeu… De repente, um dos meus amigos foi puxado, tentámos correr, puxar, mas não conseguíamos, e ele desmaiou.
Tentámos acordá-lo e, após várias penosas tentativas, lá conseguimos, mas com calma e cuidado, pois não sabíamos se era ele ou se estava possuído.
- Cuidado! – Gritei eu. Foi aí que o nosso amigo começou a andar aos socos, e nós tentámos acalmá-lo. Nessa agitação toda, já eram quatro horas da manhã, e sem rede no telemóvel para chamar alguém para nos vir tirar daquele lugar, a nossa única chance era ficar a noite e ver se conseguíamos durante o dia seguinte.
Depois de conseguirmos acalmar o nosso amigo, ainda meio abalado, levámo-lo para a sala para ficarmos juntos.
Finalmente, os ruídos tinham parado, a fome já estava a roer por dentro e a única coisa que tínhamos eram bolachas e um saco de batata e água. A noite ia ser longa, então dividimo-nos em grupos de dois para fazer um turno, em que uns descansavam e outros estavam de vigilância. Fiquei eu e o João no primeiro turno. Passados alguns minutos, sentimos a presença de alguém atrás de nós, virámo-nos devagar e era alguém que não conhecíamos, e que começou a escrever na janela da sala. “Nunca sairão daqui!”. Eu, assustada, perguntei:
- Quem és tu? O que queres de nós? Nós não fizemos nada…
- Silêncioooooo! - (Por breves segundos, ouvimos um silêncio) - Eu quero que as vossas vidas sejam infernais, tal como fizeram com a minha. - Disse a mãe das crianças que faleceram na casa.
Tremendo, transpirando, vimos o espírito desaparecer e chamámos os nossos amigos que estavam a descansar:
-Acordem, acordem! Temos de arranjar maneira de sair daqui rapidamente. - disse o João.
-Porquê? O que aconteceu? - Perguntou um dos nossos amigos que estava a descansar.
-Vimos a mãe das crianças que morreram nesta mesma casa, e ela mandou-nos uma mensagem, ela estava muito irritada com o que lhe tinham feito às filhas.
Passamos quarenta e oito horas naquela casa, procurando maneira de sair dela. Desanimados e quase desistindo, encontrámos uma cave, que estava escondida por baixo de um tapete, na sala, que tinha uma janela que dava para as traseiras. Esperançosos, subimos uns nos outros para conseguirmos sair pela janela. Finalmente, conseguimos sair! Corremos…corremos… Até sairmos da floresta, pressentindo sempre alguém atrás de nós. Quando olhei, vi a mãe das crianças com um machado a perseguir-nos. Foi aí que o João teve uma ideia e gritou:
-Separem-se! Encontramo-nos no fim da floresta!
Separámo-nos em grupos e tentámos despistá-la, até conseguirmos. Quando chegámos ao fim da floresta, ela tinha desaparecido.
Após uma longa noite pensando que nunca mais iríamos sair dali, prometemos a nós mesmos que não iríamos mais para lá, sem estarmos armados e com alguém mais velho e especialista que já tivesse ido a uma casa assombrada.
Alexandra Henriques - 12º 24 - 2020/2021
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