A lição do Jasmim
- Desafios da Escrita
- 14 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Quando estava a passear pelo jardim de papoulas da avó Rita, naquela manhã solarenga, reparei no jasmim que estava perto da ribeira. Era tão formoso e perfumado que não resisti e aproximei-me, na esperança de que o pudesse levar para casa e coloca-lo junto do meu caprichado espelho.
No momento em que o ia arrancar da terra, este começou a falar comigo, dizendo:
- Ainda bem que me vais tirar daqui! Já não aguento sentir-me assim tão tristonho, rodeado de papoulas tão requintadas! E eu aqui, pareço uma folha de alface, sem graça alguma!
Fiquei pasmada com o que ouvi, mas ganhei coragem e respondi de volta:
- Como é que tu falas? Sempre me disseram que as flores não falam!
- Ora, informaram-te mal! As flores falam com quem lhes desperta interesse, e tu despertaste o meu!
- Fico contente por tal! Mas, voltando àquilo que me disseste antes, como assim, achas que não tens graça nenhuma? Tu és a mais bonita daqui, a que mais desperta a atenção!
- Claro que não! Eu sou diferente delas! Não tenho as mesmas cores vívidas, não uso o mesmo perfume nem gosto de brincar com as abelhas.
- E por não gostares do mesmo já não és bonita? É por seres diferente e te distinguires que ganhas o teu próprio brilho!
- Talvez tenhas razão, mas sempre me senti mal ao me comparar com as outras flores...
- Não sintas! Não é por não veres a tua própria beleza que não a tens! Haverá sempre alguém que nos valoriza, nos respeita e gosta de nós, tal como nós somos!
- Vou tentar começar a me valorizar mais, obrigada!
Saí do jardim da avó feliz, não só por ter ajudado uma flor, como também por perceber que os conselhos que dei ao jasmim serviam para mim que, por vezes, comparo-me a outras raparigas e acabo por não me valorizar.
O que realmente importa são os valores, os princípios que cada um de nós tem. Não devemos ser feitos de aparências nem de opiniões, mas sim de atitudes.
Anita Afonso / 11º 25 / 2020/21
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