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A pequena joaninha

  • Desafios da Escrita
  • 14 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

Numa bela manhã, no jardim da árvore resplandecente, nasceu, de entre centenas de ovos amarelo, uma pequena joaninha que ficou conhecida por ter uma asa mais pequena que a outra. Como ainda era uma criança, não viu isso como sendo um problema, mas, com o passar do tempo, o seu pensamento mudou.

Certo dia, lembrou-se de uma lenda que lhe havia sido contada pelo seu avô. Falava de uma sábia lagarta que vivia entre muitas árvores e nos mais escondidos arbustos, capaz de concretizar os mais profundos desejos. Então, a pequena joaninha pôs-se a caminho em busca da lagarta, tentando ignorar os murmúrios que ouvia de todas as outras joaninhas que conseguiam voar – “Ela deve estar doida se acredita na lenda”, - dizia uma. “Será que a lagarta existe, mesmo? Ah! Eu acho que não.” – afirmava outra. No seu percurso, ela andou e andou, até que encontrou uma flor que despertou a sua atenção. Observou-a com receio e ao olhar, sobre uma das pétalas estava uma lagarta que lhe disse:

- Pressenti que te seria útil, diz-me, do que precisas?

- Preciso que me dês umas asas iguais às de todas as outras joaninhas! – respondeu.

A lagarta, então, deu-lhe uma poção que ela bebeu e poucos segundos depois, pediu que ela visse o seu reflexo no rio que por ali passava.

Assim fez a joaninha. Mas, ao ver-se, sentiu-se enganada. Ambas as suas asas estavam grandes, mas estava preta com pintas vermelhas. Ao virar-se, a lagarta e a flor já lá não estavam. Fechou e abriu os olhos, repetidamente, com esperança de que tudo não passasse de um sonho. Naquele momento, apercebeu-se de que tinha cometido um erro e voltou muito triste para a sua árvore, para junto das centenas de joaninhas, com receio de que fosse motivo de chacota. Porém, quando lá chegou, as suas amigas ficaram tão contentes por ela já poder voar que, nem ligaram para o facto de ela ter outra cor. O que importava, mesmo, era a amizade que as unia. Desde esse dia, ela estava apta para todas as brincadeiras, mesmo sendo diferente das amigas. Na verdade, o mais importante é a cor do coração, que são todos da mesma cor.



Joana Verónica Fernandes Quintal, 11°25

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