O urso de sapatilhas reluzentes
- Desafios da Escrita
- 14 de out. de 2021
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Certo dia, um pequeno urso polar acordou com um estranho movimento. Ao olhar ao seu redor, estava um monte de gelo a derreter. Achou peculiar algo desse género ocorrer, até começar a preocupar-se de verdade. Afinal, o que se estava a passar? De dia para dia, reparava que tudo estava mais pequeno, e mais calorento. Sentia mais fome e não a conseguia contentar.
Num dos seus dias de caça, deparou-se com algo a boiar no mar. Por momentos, sentiu-se feliz. Achava que era algum alimento e que, finamente, poderia saciar a sua fome. Mas, ao chegar perto e ao degustar, sentiu que tinha um péssimo aspeto. Afinal, que comida seria aquela que tinha fios, buracos e cores tão reluzentes? Embora desconhecesse aquele objeto, passou dias e noites a tentar descobrir a sua função. Até que, de tanto sentir as suas patas sempre molhadas, pensou “Porque não colocá-las nestes buracos?”, e assim o fez. Sentiu-se desconfortável e quando queria virar para a direita, rodopiava. Porém, horas mais tarde, verificou que se sentia mais cómodo.
De tanto matutar, lembrou-se dos seus familiares do polo sul. Talvez, eles estivessem a precisar de algo igual ao seu achado. Começou, então, a delinear uma viagem até lá para lhes mostrar gratidão. Ao ver a grande rota que teria de fazer, lançou-se ao mar e deparou-se com a migração de baleias, aproveitando para lhes perguntar se poderia viajar com elas. Logo responderam-lhe que sim. Partiram para a longa viagem de 20,021,37 quilómetros.
Na chegada, os seus familiares logo lhe contaram o que se passava com o clima, e ele mostrou as sapatilhas que usava, dizendo que, assim, tinha sempre os pés secos, o que foi motivo de espanto, e que podiam vê-lo à distância, pelo brilho que emitiam. Decidido a ficar lá, passaram os seus últimos dias juntos à procura dos tais objetos estranhos que os protegiam do gelo derretido, e a pensar em como solucionar os problemas que os humanos criaram.
Verónica Quintal – 11º 24 – 2020/21
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